Saturday, September 27, 2014

Literatura Portuguesa pelos ollhos dos alunos



Luisa Dacosta

Que bom! Não havia aulas, nem deveres, naquela tarde de sábado. Podia gastar o tempo a vontade... Boa altura para um pincho no sonho.

Luisa DacostaO Perfume do Sonho na Tarde, edições Asa, Maio 2004, 1ª edição
 
Esta a nossa última página do Projectos.com! Dedicada a Escritores Portugueses que fomos lendo durante estes dois anos  no currículo de Língua Portuguesa.

A leitura foi uma das nossas principais actividades. Lemos muitos livros, de tantos autores que seria impossível falar de todos. Fizemos uma curta selecção de alguns dos que mais nos agradaram pelas obras que lemos e pelo estudo que deles fizemos. 
Desenvolvemos vários projectos à volta da Hora da Leitura que nos agradou muito.
 
 Carolina Neves, 12 anos, 6C


Sophia Mello Breyner | Parque dos Poetas

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto em 6 de Novembro de 1919. Foi nessa cidade e na Praia da Granja que passou a sua infância e juventude. Morreu aos 84 anos, no dia 2 de Julho de 2004. De formação em Filologia Clássica, da Universidade de Lisboa, foi uma das importantes poetas portuguesas do século XX, distinguida com o Prémio Camões em 1999, tornando-se a primeira mulher portuguesa a receber este galardão literário. Recebeu também em 2001 o Prémio Max Jacob de Poesia e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana em 2003. Foi  mãe de cinco filhos que a motivaram a escrever contos infantis.

 
Obras poéticas:
Poesia (1944), Dia do Mar (1947), Coral, (1950), No Tempo Dividido, (1954), Mar Novo (1958), Livro Sexto (1962) Geografia (1967), Dual (1972), Nome das Coisas (1977), Musa (1994).




 www.portoeditora.pt
Obras narrativas:
O Cavaleiro da Dinamarca, Contos Exemplares, Histórias da Terra e do Mar, A Floresta, A Menina do Mar, O Rapaz de Bronze, A Fada Oriana.


Em Setembro veio o equinócio. Vieram marés vivas, ventanias, nevoeiros, chuvas, temporais. As marés altas varriam a praia e subiam até à duna.

Certa noite, as ondas gritaram tanto, uivaram tanto, bateram e quebraram-se com tanta força na praia, que, no seu quarto caiado da casa branca, o rapazinho esteve até altas horas sem dormir. As portadas das janelas batiam. 

As madeiras do chão estalavam como madeiras de mastros. Parecia que as ondas iam cercar a casa e que o mar ia devorar o Mundo. E o rapazito pensava que, lá fora, naescuridão da noite, se travava uma imensa batalha em que o mar, o céu e o vento se combatiam. Mas por fim, cansado de escutar, adormeceu embaladopelo temporal.

Sophia de Mello Breyner Andresen, A Menina do Mar, Figueirinhas Editora
 
Inês Gil, 12 anos, 6C
Cláudia Carneiro, 11 anos 6C 


António Gedeão | Parque dos Poetas

Antonio Gedeão

Afirmando-se como um dos mais brilhantes e talentosos criadores lusófonos do século XX, Rómulo de Carvalho/António Gedeão, respectivamente, o professor, pedagogo e historiador da ciência, e o seu alter-ego literário, atravessou todas as convulsões e acontecimentos marcantes do nosso século, que se reflectiram no formar-se de um espírito extremamente marcado pelo cepticismo e pela ironia, sempre presentes nos seus poemas.
Licenciado em Ciências Físico-Químicas pela Universidade do Porto em 1931, traduziu como ninguém, a ciência para os leigos, desvendando segredos científicos com a mesma simplicidade com que os exemplificava.
Lisboeta toda uma vida, uniu de forma exemplar, através da sua obra, a ciência e a poesia, a vida e o sonho. Apesar de só aos 50 anos ter decidido publicar o seu primeiro livro de poesia, inaugurando assim uma carreira que se afirmou por si própria na cultura portuguesa, tornou-se uma figura de referência incontornável no imaginário colectivo do povo português, principalmente para toda a geração da "Pedra Filosofal".

(texto com supressões)




Poema para Galileo

Eu queria agradecer-te, Galileo, 
a inteligência das coisas que me deste. 
Eu, 
e quantos milhões de homens como eu 
a quem tu esclareceste, 
ia jurar – que disparate, Galileo! 
– e jurava a pés juntos e apostava a cabeça 
sem a menor hesitação – 
que os corpos caem tanto mais depressa 
quanto mais pesados são. 

Poema para Galileo, excerto

Filipa Barros, 12 anos, 6I

Eugénio de Andrade | Parque dos Poetas

Eugenio Andrade

Eugénio de Andrade nasceu na Póvoa da Atalaia, no Fundão. Ao longo da sua vida viveu em Lisboa, em Coimbra, onde terminou o liceu, e no Porto onde viveu durante largos anos até ao dia em que morreu.
Eugénio de Andrade é considerado um dos maiores poetas portugueses contemporâneos, encontrando-se a sua obra traduzida em várias línguas.

(texto com supressões)



Obras de Eugénio de Andrade

As Mãos e os Frutos,1948);
Os Amantes sem Dinheiro,1950;
As Palavras Interditas,1951;
Até Amanhã,1956;
Coração do Dia, 1958;
Mar de Setembro, 1961;
Ostinato Rigore
, 1964;
Antologia Breve, 1972;
Véspera de Água, 1973;
Limiar dos Pássaros,1976;
Memória de Outro Rio, 1978;
Rosto Precário, 
1979;
Matéria Solar, 1980;
Branco no Branco, 1984;
Aquela Nuvem e Outras, 1986;
Vertentes do Olhar, 1987;
O Outro Nome da Terra, 1988;Poesia e Prosa, 1940-1989;
Rente ao Dizer, 
1992;
À Sombra da Memória, 1993;
Ofício de Paciência, 1994;
Trocar de Rosa / Poemas e Fragmentos de Safo, 1995;
O Sal da Língua,1995
 
Faz de conta
  
- Faz de conta que sou abelha.
- Eu serei a flor mais bela
- Faz de conta que sou cardo.
- Eu serei somente orvalho.
- Faz de conta que sou potro.
- Eu serei sombra em Agosto.
- Faz de conta que sou choupo.
- Eu serei pássaro louco,
   pássaro voando e voando
   sobre ti vezes sem conta.
- Faz de conta, faz de conta.

Cecília Meireles
Cecilia Meireles 
Cecília Meireles nasceu em 1901, no Rio de Janeiro e faleceu em 1964, também no Rio de Janeiro. Foi poeta, professora, jornalista e cronista.
No período de 1919 a 1927, colaborou nas revistas Árvore NovaTerra de Sol e Festa. Fundou a primeira biblioteca infantil do Brasil.
Lecionou na Univerdade do Distrito Federal em 1936 e na Universidade do Texas em 1940. Trabalhou no Departamento de Imprensa e Propaganda no governo de Getúlio Vargas, dirigindo a revista Travel in Brazil (1936).
É considerada por muitos como uma das maiores poetisas da Língua Portuguesa. Em 1993 foi atribuído o Prémio Camões a Cecília Meireles.


"Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde, foi nessa área que os livros se abriram e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."

Cecíclia Meireles



Algumas obras:

Criança, meu amor, 1923
Nunca mais..., 1923
Poema dos Poemas, 1923
Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998

"Se não chegas nem pelo sonho, 
por que insisto em te imaginar?"


Cecília Meireles

 Renata Lemes da Silva Nº21 6ºI (aluna brasileira)
 Maria Teresa Gonzalez
"A Lua de Joana"
 
Eu li recentemente o livro A Lua de Joana e gostei muito! Por isso, decidi fazer um post sobre o livro ea autora.
 
A minha opinião:

Eu penso que este livro é muito interessante e ao mesmo tempo dá gosto de ler! É um livro com que podemos perceber e aprender muita coisa, sem que nos percamos nem perdamos a vontade de ler!
A Lua de Joana rapidamente se tornou favorito! Aconselho-te a leres A Lua de Joana, pelas razões acima e porque tenho a certeza de que vais gostar!



Sobre a Autora :

Este livro foi escrito por Maria Teresa Maia Gonzalez, uma escritora portuguesa nascida em Coimbra em 1958.
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Franceses e Ingleses, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi professora de Língua Portuguesa de 1982 a 1997, no ensino oficial e particular.



Tem vários livros editados:

Recados da MãeO Guarda da Praia, O Incendiário Misterioso, Histórias com Jesus, A Cruz Vazia, para além da Lua de Joana e é autora da colecção Profissão: Adolescente, da qual, com apenas 13 títulos publicados, já se venderam cerca de 300.000 exemplares.
É ainda, com Maria do Rosário Pedreira, co-autora da Colecção O Clube das Chaves, de que se publicaram 21 volumes, a maioria dos quais com várias edições.
 
E para despertar ainda mais a vossa curiosidade, eis um excerto:

"Lisboa, 28 de Agosto

Demorei muito para me resolver, o que não era costume. Para dizer a verdade, não sabia que fazer. Precisava de desabafar, tentar compreender tudo o que aconteceu e, como foste sempre a minha única confidente... Não fazia sentido escrever um diário, pois dava-me a sensação de estar a escrever para mim própria, o que acho um bocado estranho. Talvez seja ainda mais estranho escrever-te, mas é uma forma de manter viva a tua memória, pelo menos, até conseguir perdoar-te...

Faz hoje um mês que tu... Não sou ainda capaz de dizer a palavra. Se calhar é porque não acredito que já não estás aqui comigo. É tão dificil de acreditar...!

Como sabes, hoje fiz anos. São duias da manhã e estou demasiado excitada para dormir. Vou contar-te o que recebi. A minha mãe acedeu, finalmente em redecorar o meu quarto - está tal e qual como eu queria! Todo branco (paredes, tapete, colcha, cortina) e até me mandou fazer o baloiço dos meus sonhos..."

Maria Teresa Gonzalez, A Lua de Joana, excerto

Cláudia Carneiro, 11 anos, 6C

Alice Vieira

Alice Vieira nasceu em 1943 em Lisboa. Em 1958 iniciou a sua colaboração no "Suplemento Juvenil" do Diário de Lisboa e a partir de 1969 dedicou-se ao jornalismo profissional.
Desde 1979 tem vindo a publicar regularmente livros tendo, actualmente editados na Caminho, cerca de três dezenas de títulos.



Recebeu em 1979, o "Prémio de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança" com Rosa, Minha Irmã Rosa e, em 1983, com Este Rei que Eu Escolhi, o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil e em 1994 o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra.

Recentemente foi indicada pela Secção Portuguesa do IBBY (International Board on Books for Young People) como candidata portuguesa ao "Prémio Hans Christian Andersen". Trata-se do mais importante prémio internacional no campo da literatura para crianças e jovens, atribuído a um autor vivo pelo conjunto da sua obra.
Alice Vieira é hoje uma das mais importantes escritoras portuguesas para jovens, tendo ganho grande projecção nacional e internacional. Várias das suas obras foram editadas no estrangeiro.

Ana Sofia, 11 anos, 6ºI

Algumas considerações:

Como podem ler, a introdução das TIC nos currículos de Língua Portuguesa parece indiscutível a potencial contribuição das tecnologias de informação e comunicação (TIC) nas escolas públicas e nos currículos escolares.

Inovou-se (estávamos em 2005-2007) na linguagem e nas práticas de ensino, tornando os currículos, bem como os seus conteúdos programáticos - neste exemplo Língua e Literatura Portuguesa) - mais atraentes para nova geração e mais relevante para a sua formação.

G-Souto
actualizado em 27 Setembro 2014 Copyright © 2014G-Souto'sBlog, gsouto-digitalteacher.blogspot.com® 

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*Nota: Este post fez parte de um projecto de introdução das ITC no currículo de Língua Portuguesa com alunos de 6º ano e que levou à produção e publicação de um blogue (2006-2007) denominado Projectos.com.

As actividades de produção de posts para esse blogue foram desenvolvidas em tempo lectivo. O blogue fez parte de um projecto de intercâmbio entre escolas europeias. 
Mais tarde, o blogue foi descontinuado. Recuperados alguns dos temas mais interessantes passarão a constar aqui.

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